quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Visao Trinitariana Sobre Jesus

O Modalismo de Sabélio 
Por: Seminário Teologico IERAV 

Sabélio (180 - 250)

Nasceu na Líbia, África do Norte, no terceiro século depois de Cristo. Depois, mudou-se para a Itália, passando a viver em Roma. Ao conhecer o evangelho, logo se tornou um pensador respeitado em suas considerações teológicas. Recebeu influência do Modalismo que já estava sendo divulgado na África...


O Modalismo ocorreu, no início, como um movimento asiático, com Noeto de Esmirna. Os principais expoentes do movimento: Noeto, Epógono, Cleômenes e Calixto. Na África, foi ensinado por Práxeas e na Líbia, defendido por Sabélio. Hoje, o Modalismo é muito conhecido pelo nome sabelianismo, devido à influência intelectual fornecida por Sabélio. O objetivo de Sabélio era preservar o monoteísmo

Sabélio (? - 215 A.D), foi um teólogo cristão, provavelmente nascido na Líbia ou Egito. A sua fama iniciou-se quando foi para Roma, tornando-se líder daqueles que aceitaram a doutrina do monarquianismo modalista. Foi excomungado pelo Papa Calixto I em 220.

Sabélio opôs-se ao ensino ortodoxo da Trindade Essencial, defendendo a doutrina da Trindade Econômica. Deus, ele argüiu, teria uma substância indivisível, mas dividido em três atividades fundamentais, ou modos, manifestando-se sucessivamente como o Pai (criador e legislador), Filho (o redentor), e o Espírito Santo (o criador da vida, e a divina presença no homem). Efetivamente Sabélio negava "qualquer distinção entre os termos substância e hipóstase aplicáveis às três pessoas na trindade, de tal modo que, entre elas, não existiria nenhuma diferença, uma vez que são perfeitamente iguais. (…). Para os Sabelianos, o Pai, o Filho e o Espírito Santo compartilham, sim, da mesma e única substância (nos termos da homoioúsios – semelhante na substância) e também da mesma e única hipóstase, mas se constituem numa mesma e única "pessoa" , ou seja, num indivíduo indistinto, manifestando-se, porém, em formas ou figuras distintas, segundo as necessidades…"

origem do Unicismo remonta ao final do século II d.C. Presos ao monoteísmo judaico, alguns cristãos achavam difícil crer na doutrina trinitária, mas não queriam abrir mão da divindade de Jesus. Assim, para resolver a questão, raciocinaram: Há um só Deus, o Pai, e se Jesus é Deus, logo ele é o Pai (Patripassionismo: pater = pai, passio = sofrimento). Como a Bíblia também fala no Espírito Santo, e o apresenta como Deus, então Jesus também é o Espírito Santo. Negando a doutrina da Trindade, que afirma que em Deus há três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, distintos um do outro, mas com uma mesma essência, substância, diziam que em Deus havia uma única pessoa: Jesus. Ele é o Pai (concepção chamada de Hyopáteres: hyós = filho, daí o Filho é o Pai), o Filho e o Espírito Santo. As três designações são apenas três modos que o único Deus utilizou a fim de se revelar à humanidade: no Antigo Testamento, revelou-se como Pai; na Encarnação, como o Filho, e no Pentecostes como o Espírito Santo. Esse ensino, também conhecido como modalismo (derivado da palavra modo) ou sabelianismo ( de Sabélio [1] seu principal defensor, foi rechaçada pela Igreja por volta do ano 260 d.C.

Séculos depois, em abril de 1913, numa reunião do Movimento Pentecostal em Arroyo Seco, nas proximidades de Los Angeles, Califórnia, EUA, o unicismo foi ressuscitado, quando um dos preletores, Robert E. McAlister [2] , pregou um sermão batismal afirmando que os apóstolos não batizavam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas em “nome de Jesus”, pois esse é o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esse sermão influenciou um dos participantes, John G. Schaepe [3] , a anunciar no dia seguinte ter recebido uma “revelação” divina confirmando o sermão de McAlister.

A partir daí, o Movimento Pentecostal (cujo início data de 1900) dividiu-se em Pentecostais Unicistas, que ensinavam que as pessoas deveriam ser batizadas em nome de Jesus e que, conseqüentemente, passaram a ensinar que a doutrina da Trindade era confusa e antibíblica e um atentado ao monoteísmo, e em Pentecostais Trinitarianos, que repudiaram tanto o sabelianismo, quanto a mudança da fórmula batismal, enfatizando que o batismo deve ser ministrado tal como registrara o apóstolo Mateus (28:19,20) há mais de 1860 anos (até então).

No Brasil essa corrente doutrinária é representada pelos seguintes grupos: Igreja Pentecostal Unida do Brasil [4] , ligada à United Pentecostal Church International (Igreja Pentecostal Unida Internacional ), que surgiu em 1945; o Ministério Voz da Verdade, que originou-se do grupo anterior, na década de 80; o Tabernáculo da Fé, surgido na década de 30, entre outras.

Escrituras

Os grupos que formam o unicismo usam o Antigo e Novo Testamentos; porém, para sustentar as suas doutrinas acerca de Deus e do batismo em nome de Jesus, freqüentemente usam alguns versículos da Bíblia isoladamente, deixando de lado critérios indispensáveis para uma boa interpretação das escrituras. Normalmente exaltam a pessoa do fundador do movimento (como é o caso do Tabernáculo da Fé [5] ) ou seus líderes como possuidores de “revelações” sobrenaturais acerca de assuntos relacionados com a fé.

Deus

Em Deus há somente uma pessoa, chamada Jesus Cristo. A doutrina da Trindade, argumentam, revela a influência do paganismo na mentalidade dos cristãos. Trata-se, segundo dizem, de uma doutrina antibíblica, confusa e diabólica, que tem como propósito invalidar a unicidade de Deus.

Jesus

Jesus é o Pai. Ele não é o Filho eterno, gerado de seu Pai antes da fundação do mundo (como ensina o Credo Niceno [6] ). O Filho só veio a existir quando nasceu em Belém. O Filho nada mais é do que a natureza humana, na qual o pai habitava. “Eu e o pai somos um” (João 10;30) e “Quem vê a mim, v6e ao Pai” (João 14:9), são passagens prediletas dos unicistas para defenderem sua posição cristológica.

Espírito Santo

É o próprio Jesus Cristo.

Salvação

De modo geral, os unicistas crêem que a salvação não depende exclusivamente da fé em Jesus, mas da forma correta de batizar, ou seja, em nome de Jesus. Os que se batizam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, por mais que tenham fé, não alcançarão a salvação. Para outros unicistas ( como a Igreja Pentecostal Unida), é preciso adicionar o “dom de línguas”, para que o indivíduo esteja apto para receber a salvação. Alguns, porém, como o Ministério Voz da Verdade, declaram que a fórmula batismal não importa para se alcançar a salvação, nem para impedir o convívio com os trinitarianos, embora não deixem de enfatizar que não podem aceitar a doutrina da Trindade.

Vida após a morte

Os que “aceitam Jesus como Salvador” e são batizados em seu nome irão para o céu. Os que não aceitaram a Jesus ou os que se batizaram em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, revelando crer na Trindade, irão para o inferno; mas, como foi dito no item anterior, esse pensamento não é comum a todos os unicistas.

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